Olá tudo bom!

Outro dia fiz um post de dicas da semana falando sobre lentes. Hoje resolvi falar sobre cartões de memória. Já pensou nisso?

Vou tentar ser o mais prático e objetivo possível aqui.

1º) É sempre bom ter MAIS DO QUE UM cartão de memória. Isso porque eles quebram, como qualquer eletrônico, e podem te deixar na mão. 

“Quem tem dois, tem um, e quem tem um, não tem nenhum!” é o meu lema.

2º) Tenha um BOM leitor de cartão de memória. De mesa, com cabo, conectando no computador (tipo esse aqui) – ou use o embutido no laptop, caso tenha. De preferência USB 3.0, para ter velocidade na hora de baixar as fotos.

Um leitor de cartão profissional: Leitor da LEXAR (é o que eu uso!)

Um leitor de cartão bom e mais barato: Multilaser

Evite aqueles leitores que parecem uma pendrive (tipo esses aqui), pois, com o cartão inserido, eles “pesam” um pouco na porta USB, e eventualmente acabam desconectando. Nessa desconexão, se o cartão estiver no meio de uma leitura/gravação, ele pode corromper, e aí vai pro lixo. Acredite em mim, já perdi 2 cartões caríssimos por causa disso.

3º) Escolha o seu cartão de memória baseado obviamente no tipo de entrada que a sua câmera oferece, e também na capacidade e na velocidade de gravação e leitura. Vamos lá:

Existem 2 tipos básicos de cartões hoje: Os Compactflash, os SD.

CompactFlash (CF): Maiores em tamanho físico, mais robustos e mais caros, são ainda usados em câmeras que gravam videos de alta capacidade (4k, 6k, 8k) e câmeras digitais com sensores full frame com muitos megapixels. Ainda são os cartões mais confiáveis, mas vem perdendo espaço no mercado devido ao seu tamanho grande, que não cabe muito nas – cada vez menores – câmeras digitais.

Ainda são encontrados no mercado, com capacidade de até 256GB, como esse aqui, da Sandisk, e esse outro aqui, da Lexar.

Secure Digital (SD): Os cartões SD são muito mais populares que os CompactFlash devido ao seu tamanho pequeno e super fino, portanto são praticamente o padrão do mercado atualmente, pois 90% das câmeras (ou mais!) vem com o slot para o cartão SD. Já existem modelos de alta capacidade, como 512GB de espaço.

Eu tenho alguns desse aqui, de 128GB, da Sandisk

Só para não passar em branco, é importante dizer que existem ainda os MicroSD, muito usados em mini-câmeras, GoPros e celulares. Estes cartões são super pequenos e precisam de um adaptador para funcionarem nas câmeras DSLR, mas não é recomendado fazer isso, pois mesmo que o cartão MicroSD seja rápido o suficiente para “aguentar” a pressão de gravação de uma câmera digital parruda, o adaptador costuma ser barato e pode não conseguir transferir dezenas de fotos por segundo para o MicroSD, engasgando a sua câmera na hora H.

Ah, e tem ainda os cartões XQD, que vão se popularizar cada vez mais daqui pra frente, para serem usados nas novas câmeras mirrorless, mas sobre estes eu vou falar em outro post! 😉 

Mas.. voltando aos SD, os mais populares, algumas informações são importantes de serem observadas:

🔠 Nomenclatura: Cartões SD tem até 2GB de capacidade. Já os SDHC vão até 32GB. E os SDXC vão de 32GB para cima. Confira se a sua câmera é compatível com cartões SDXC antes de comprar.

🛢️ Capacidade: É quanto cabe de foto naquele cartão. Se você fotografa com uma DSLR cropada, dois cartões de 32GB ou 64GB provavelmente darão para o gasto de um dia de fotos ( a não ser que seja fotógrafo de esportes ou vida selvagem, se for o caso, pense em 4 a 5 cartões). Já se fotografa com uma full frame, pense em cartões de 64GB para cima, como 128GB ou até 256GB, dependendo se você dispara muito ou pouco nas suas sessões fotográficas. Fotógrafos de paisagem não costumam voltar para casa com milhares de fotos para editar de uma sessão, diferentemente de fotógrafos de eventos sociais, esportes e vida selvagem, que literalmente “largam o dedo” a cada sessão para conseguir a foto perfeita.

⚡ Velocidade de gravação: Geralmente medida em MB/s (Megabytes por segundo) essa informação é irrelevante se você fotografa pausadamente, ou hiper importante se você “larga o dedo” como eu falei acima. Para quem fotografa no modo de disparo contínuo (Burst) é preciso pensar em cartões de alta velocidade de gravação, como 150 ou 250mb/s, assim eles conseguirão acompanhar a velocidade de disparo, receber e gravar as fotos dentro do cartão sem que a sua câmera estoure o buffer, que é uma memória interna só para armazenar a foto antes de ela estar 100% gravada no cartão.

Este buffer tem uma capacidade reduzida, dependendo da câmera, e ao chegar no limite, você verá a insólita mensagem “buffer full”, “wait”, ou algo do gênero, travando o botão de disparo enquanto não abrir espaço para outras fotos entrarem. Resumindo: Vai pro Pantanal fotografar? Pense num cartão rápido. Você vai precisar.

❇️ Classe (C): A classe foi criada para dar uma padronizada no comparativo de velocidade entre os diferentes cartões SD, MicroSD e MiniSD. Ela é representada por um número dentro de um C. A classe indica qual a velocidade mínima de gravação aquele cartão atinge, ou seja, se um cartão tem 95mb/s de velocidade e apresenta classe C10, significa q ele trabalha com, no mínimo, 10mb/s, e pode chegar até 95mb/s. Confuso né? Eu também acho. Mas a indústria se organizou dessa forma. Portanto, mais uma vez, se você gosta de “metralhar” com a câmera, procure cartões com a maior classe possível (10).

📹 Classe UHS: A sigla significa Ultra High Speed e é usada para quem grava videos com a câmera. Existem dois padrões, o UHS-1, que suporta um mínimo de 10mb/s de gravação, e o UHS-3 que suporta um mínimo de 30mb/s. Esta classe é representada pelo número (1 ou 3) dentro de um U. Por via de regra, se você vai filmar em 4k, precisa de um cartão UHS-3 no mínimo.

Com essas informações, já dá pra escolher os cartões certos pra sua atividade fotográfica! 😉

Abraços,

Marcello Cavalcanti