Olá tudo bom!

Essa é uma das perguntas que eu mais recebo por aqui e lá no direct do meu Instagram: “Marcello, como viajar com o equipamento fotográfico? O que devo despachar, e o que devo levar na mala?”

Então vamos esclarecer isso aí!

Em primeiro lugar, eu recomendo fortemente que se faça um seguro do seu equipamento fotográfico – pelo menos da câmera principal (caso você tenha mais de uma) e das lentes que você mais leva para situações de risco, ou seja as que você mais tira de casa. Pense nisso!

Nos tópicos abaixo, vou listar os equipamentos que normalmente eu levo em uma viagem, e de que forma eles vão comigo!

 CÂMERA, LENTES, DRONE, LAPTOP, HD


Todas as cias aéreas recomendam que você leve sua câmera, lentes e drone na mala/ mochila de mão, além do laptop e hd externo, ou seja todos os eletrônicos contigo! Isso é literalmente uma faca de dois gumes, pois ao mesmo tempo que, com você este equipamento está mais protegido do que se for despachado, os limites de tamanho e peso das cias aéreas é bem restrito por isso quanto mais tralha você colocar na mochila, mais peso, e consequentemente maior o risco de ser “barrado” no check in. Por isso, em uma viagem é preciso priorizar o que você vai levar, pensar bem no tipo de foto que você quer fazer e levar apenas as lentes que realmente entreguem aquele resultado.

Em linhas gerais, as medidas da mala de mão das cias aéreas (para classe econômica) é de 55cm de altura, por 35cm de largura e 25 cm de profundidade. Essas medidas podem variar em alguns centímetros de companhia para companhia, mas é sempre nessa média. (cuidado com as “low cost” europeias e africanas; nelas, as medidas costumam ser uns 10cm menores!!). Normalmente nos vôos internacionais grandes (intercontinentais) acabam deixando passar mochilas um pouco maiores do que essas medidas, desde que não seja algo muito chamativo, mas não conte com isso hein!

De qualquer forma nesse link aqui atualizado de 2022 você consegue saber as medidas da maioria das cias aéreas, e essa informação também está no site de cada companhia.

As aéreas que são mais restritas em relação a essas medidas costumam colocar ali no check-in uma caixa de metal com as medidas exatas, e se o atendente desconfiar que a sua mochila está grande demais, ele vai pedir para você tentar colocá-la nessa caixa. Se entrar, tá tudo certo.  Se não entrar, a companhia pode querer despachar a sua mala de mão, ou te obrigar a pagar uma taxa extra para levá-la pesada – tudo varia de acordo com a companhia e a situação daquele vôo.

Já o limite de peso da mala de mão varia mais, de 8 a 12kg, de acordo com a aérea. Esses 4kg de diferença são muita coisa, e podem definir se você vai conseguir levar aquela teleobjetiva pesada ou não, portanto informe-se no site da companhia aérea! Também acontece muito do atendente do check-in pedir para pesar a sua mochila de mão na balança dele, caso ele ache que ela aparenta estar pesada, por isso não seja pego de surpresa e confira essa dica abaixo:

👉🏽 Para pesar a mala de mão (e a mala despachada) eu vou deixar uma dica bacana: Eu tenho em casa uma balança especial para pesar malas, essa da foto ao lado, que custa cerca de R$30 na Amazon e você pesa facilmente em casa, sem precisar pesar na balança do aeroporto! Ela é bem precisa, pesa em quilos e libras, e é tão pequena que você pode inclusive levar na sua viagem (eu sempre levo), e pesar na volta, caso tenha comprado coisas, e mudado o peso da mala.

BATERIAS


Antigamente era possível despachar as baterias na mala de roupas, mas de alguns anos para cá essa regra mudou, e você é obrigado(a) a levá-las consigo na mala de mão, pois elas correm o risco de explodirem no compartimento de carga do avião, que não é pressurizado. Portanto, baterias também contam peso na sua mala de mão!

CARTÕES DE MEMÓRIA


Os cartões de memória quase não pesam nada, por isso eu acabo levando eles, por segurança, também na mala de mão, principalmente na volta, pois mesmo tendo baixado as fotos para um HD de segurança, ainda mantenho boa partes das fotos da viagem como um “backup” nos cartões, até chegar em casa.

TRIPÉ


Antigamente, muito antigamente (antes dos atentados de 11 de setembro de 2001) era possível viajar com tripé na mala de mão, sem problemas. Eu mesmo cheguei a viajar com tripé carregando na mão mesmo! Depois daqueles atentados que mudaram a forma como voamos de avião, algumas regras foram sendo revistas ao longo dos anos, e o tripé passou a ser considerado “uma arma”como um porrete ou algo do gênero. Já vi gente dizendo que “a ponta das pernas do tripé, quando são de metal e pontiagudas, também servem como uma lança”. O fato é que o tripé deixou a cabine dos passageiros, e já há muitos anos é preciso despachá-lo, ou na própria bolsa dele, ou dentro da mala principal (recomendo essa segunda opção para não perdê-lo!).

Alguns alunos já me relataram que conseguiram viajar com um tripé pequeno, dentro da mala de mão, e que passou desapercebido pela segurança do aeroporto – aquele raio-x antes de entrar na área de embarque – e que fizeram isso porque não iriam viajar com mala despachada, que era um vôo doméstico, etc. OK, acredito que tenha dado certo, mas saiba que é um risco sempre que for tentar fazer isso. Na pior das hipóteses, o segurança irá proibir o tripé de seguir adiante, e você terá que correr de volta ao balcão do check-in para tentar despachá-lo à parte – e provavelmente pagar uma taxa extra, lógico! – isso se der tempo, se o check-in ainda estiver aberto, etc. Ou seja, tudo isso arriscando você perder o vôo por causa do tripé! Por isso meu conselho é: enquanto essa regra não mudar novamente, despache o tripé.

COMO ECONOMIZAR PESO NA MALA DE MÃO?


Como você leu acima, quase tudo deve ser levado na mala de mão, a exceção do tripé, que obrigatoriamente deve ir na mala despachada, certo? Nem tudo! Para economizar peso na mala de mão, eu faço o seguinte: TUDO que não for o que eu descrevi acima, eu coloco em um saco ou bolsa menor, e coloco na mala despachada! Tipo o quê?
• Cabos USB
• Carregadores (da câmera, do laptop, etc)
• Sapatas de tripé, ferramentas
• Controle remoto/ intervalômetro,
• Bolsa de filtros (ND, polarizador, suporte de filtros, anéis adaptadores etc)
• Kit de limpeza de lentes
• Lanterna de cabeça e outros acessórios

Pode parecer que tudo isso é leve demais, mas faz uma grande diferença quando você está contando míseras gramas de peso para poder levar aquela lente a mais!

QUE TIPO DE MALA DE MÃO LEVAR PARA FOTOGRAFIA?


Esse é um tema muito sensível a cada um. Você tanto pode usar uma mala de mão comum, e arrumar seus equipamentos lá dentro, como usar a própria mochila de fotografia que vai usar durante a viagem fotográfica, em campo.

O problema de usar uma mala de mão comum (com rodinhas etc) é: e a sua mochila de fotografia, vai onde? Se ela couber vazia na sua mala despachada, ( de repente com os extras que você despachou) e ainda assim couber as roupas, e não passar do peso limite, ok pode ser uma ideia. Mas, se não couber, você vai precisar viajar com ela nas costas mesmo, e o seu equipamento todo organizado lá.

E o problema de viajar com a mochila nas costas é o peso.

Já caminhou naqueles aeroportos enooooormes com uma mochila de 15kg nas costas? Eu já. Cansa, e cansa muito! Por isso, algumas pessoas optam por comprar uma mochila de fotografia com rodinhas, como a Essentials Roller Case da Think Tank , que tem rodinhas e pode ser usada também como mochila. (Se essa mochila “destacasse” as rodinhas para deixá-las no hotel, eu a consideraria perfeita para viagens, mas essas rodinhas nas costas acabam adicionando um peso extra quando você está com ela nas costas, fotografando.. ). A LowePro tem uma versão dessas também, a ProTrekker RLX 450 AW II, mas cai no mesmo problema da Essentials da Think Tank.

Eu tenho uma Think Tank Airport Essentials (sim, essa marca tem uma linha chamada “Airport” justamente pensando nisso) que é ótima para viagens pois tem o tamanho exato das medidas da mala de mão, é bem quadradinha, e cabe muita coisa. Ela tem até um cabo de aço na lateral, que você pode passar pelos zíperes e trancar a mochila com um código assim pode dormir no vôo tranquilo sem se preocupar se estão abrindo a sua mala no compartimento acima da sua cabeça! O problema dessa mochila para mim, fotógrafo de paisagem, é que o material dela (um ótimo tecido reforçado) não é tão robusto para aguentar chuva, pedras, lama, neve, etc, por isso depois de usá-la em algumas viagens de fotografia ela ficou meio “detonada”. Outro problema dela é que as alças de ombro não são tão acolchoadas e não tem a suspensão típica de mochilas de fotografia “de aventura” por isso, depois de algumas horas com ela nas costas, você sente um pouco o peso do equipamento. Mas para quem não vai caminhar e ficar horas com ela nas costas, é uma excelente opção.

Alguns fotógrafos curtem também as famosas cases da Pelican, que são de material rígido, tem rodinhas e protegem bem o equipamento, pois são caixas vedadas, ali não entra água, poeira, nada. Um exemplo é a 1535 Air Carry-on Case. Eu acho até bem legal essas caixas de transporte (queria ter uma!) mas dois pontos me incomodam: 1) já é uma mala muito visada como “caixa de transporte de equipamento de foto/video” e isso chama atenção de ladrões e 2) Não pode ser usada como mochila, e normalmente os lugares que eu, Marcello, viajo, é muito difícil usar rodinhas de malas. Para quem vai viajar para um lugar de praia, com muita água, mar, maresia, e não vai fazer deslocamentos muito radicais, eu acho uma ótima opção.

Pensando nessa questão de viagem, a americana F-stop Gear desenvolveu um sistema modular para suas mochilas profissionais. Todo o interior das mochilas é destacável, (eles chamam esses “miolos” de insert) assim você pode retirá-lo, com o equipamento dentro, e levá-lo para dentro do avião, enquanto o resto da mochila (a “casca”) é despachado, caso ela não passe nas medidas e peso da aérea. É uma solução interessante e criativa, e eles vendem “miolos” de diferentes tamanhos, assim você pode modular a sua mochila de acordo com a quantidade de equipamentos que vai levar, e pode inclusive usar esse “miolo” em outra mochila, ou deles, ou até uma mochila normal que não seja de fotografia.

Em 2022 eu fui convidado a conhecer essas mochilas e ser embaixador da F-stop no Brasil e estou testando há alguns meses a Tilopa 50, um verdadeiro mochilão de fotografia, que tem esse interior destacável, e até o momento estou gostando bastante! A mochila é um tanque de guerra, com espaço de sobra e revestida com um material externo desenvolvido por eles chamado DuraDiamond, que parece realmente indestrutível!

💡 Por fim é importante lembrar que, em tese, você pode viajar com uma mochila nas costas + uma mala de mão de rodinha (especialmente em vôos grandes, intercontinentais). Dessa forma você poderia levar a mochila de fotografia vazia nas costas (bem leve) e todo o equipamento em uma mala de mão de rodinhas, para não pesar. Eu sou uma pessoa que gosta de viajar o mais enxuto possível, por isso não gosto muito dessa opção,(acho que é coisa demais para administrar) mas aí vai de cada um, mas de qualquer forma também é um caminho para não se cansar tanto durante a viagem, se ela for muito longa para chegar ao seu destino.

DICAS FINAIS


Vou dar aqui duas dicas finais interessantes sobre esse tema!

1- Leve sempre com você em viagens as notas fiscais dos seus equipamentos, ou prova de compra com data! Não precisa levar isso em mãos, pode escanear/ fotografar e jogar online, em uma nuvem / cloud que você tenha acesso fácil caso precise! Já tem tempo que a alfândega brasileira “liberou” a viagem com câmera e lentes, mas nunca se sabe se você pode pegar um fiscal em um mau dia e ele querer dizer que você comprou tudo aquilo de uma só vez!

2- Em caso de você ter que despachar a mala de mão (por estar com tamanho fora do padrão) e não ter onde colocar seu equipamento para levá-lo consigo para dentro do avião (já passei por isso, e é um momento de desespero!) tenha em mãos uma dessas mochilas ultracompactas, como a da foto, já viu? Ela amassa inteira e vira uma “bolinha” que não pesa nem 100g, pois é de um material super leve, e expande para uma mochila “honesta” de 10 litros, suficiente para você levar os itens principais da sua mala de mão “barrada”, como camera, lentes e laptop! Ela é muito barata e pode ser encontrada em lojas esportivas, como na Decathlon por exemplo.

É isso, espero ter esclarecido as suas dúvidas! Agora que você já sabe como organizar seu equipamento para pegar um vôo, boa viagem e boas fotos!

Abraços,

Marcello

SOBRE O AUTOR

Marcello Cavalcanti

Fotógrafo outdoor com 20 anos de experiência. Youtuber com o canal Por Trás da Foto, professor de fotografia presencial e online, idealizador dos Cursos Online Fotografia de Paisagem., Filter Masters by K&F Concept, A Caixa Preta do Fineart, e vencedor de prêmios relevantes no cenário da fotografia de paisagem e natureza. Cadastre-se na minha newsletter para ficar sabendo dos novos lançamentos, promoções e dicas de fotografia!