Lentes, câmeras, filtros, tripés, mochilas, livros…

Não tem um dia que alguém não me pergunte, pelas redes sociais, ou em comentários nos videos do Youtube, sobre algum destes itens. “Marcello, me indica esse? E aquele, é bom? E esse aqui?…” Tudo bem, maior prazer poder ajudar os seguidores e alunos com essas dúvidas, eu mesmo tenho dúvidas às vezes e costumo pesquisar à exaustão antes de fazer uma compra, afinal de contas, equipamento de fotografia não é barato. Até os ruins são caros!

É POR ISSO QUE EU RESOLVI FAZER ESTE GUIA DE COMPRAS

De tudo que eu considero bom em termos de qualidade, para quem quer investir na fotografia de paisagem.

Neste post, vou focar nas câmeras da Canon, que a marca mais bem estabelecida no Brasil, e que eu uso e confio há cerca de 20 anos.

Coloquei links para a Amazon Brasil, pois é um dos maiores e-commerces do país, entrega em tudo que é lugar, e geralmente os vendedores lá são confiáveis, em alguns casos é a própria marca no Brasil vendendo por lá.

Câmeras

Não existe no mercado uma “câmera de fotografia de paisagem”. Quem chega mais perto disso é a Canon 5Ds, pois, com seus 50 megapixels, entrega arquivos em RAW gigantescos, ideais para impressão. Por outro lado, seu desempenho de ISO alto em situações de baixa luz decepciona, com um baita ruído – normal pra quem tem tanto pixel.

Mas, o fotógrafo de paisagem quando pensa em trocar de câmera, procura ter atenção em alguns aspectos:

  1. Acima de 20 megapixels, sensor APS-C ou Full Frame: Se você pretende imprimir as suas fotos, em tamanhos de 1 metro, ou até mais, pense em uma boa quantidade de megapixels para ter o mínimo de perda possível. Quanto maior o sensor, mais capacidade de captação de luz. Os sensores APS-c e Full Frame são os ideais para essa atividade.
  2. Bom desempenho de ISO: As melhores horas para se fotografar paisagens não são exatamente as mais bem iluminadas, portanto será bem comum o fotógrafo outdoor ter que lidar com sombras e altas luzes estouradas. Quanto melhor for o desempenho do ISO alto em baixa luz, mais qualidade esta foto terá.
  3. Burst (fps) razoável: O Burst é a capacidade que a câmera tem de clicar n fotos por segundo, sem “engasgar”. A fotografia de paisagem é feita com calma, uma foto de cada vez, de preferência no tripé. Porém, ao se inserir em espaços naturais e selvagens, não será incomum este fotógrafo de paisagem se deparar com vasta vida selvagem, com aves e mamíferos. É nessa hora que ele vai olhar pro céu e agradecer por ter pelo menos 7 frames por segundo em sua câmera, para não perder a foto do bicho! Aliado a isso, é bom que a câmera tenha também um bom sistema de foco automático (AF), como o DualPixel da Canon.
  4. Robustez: A câmera precisa ser robusta, aguentar frio, calor, e , se possível, ser selada anti-poeira e água. A fotografia de paisagem não acontece no conforto de um estúdio fotográfico.
  5. Pouco Peso: Ser leve é um plus. O fotógrafo de paisagem carrega seu equipamento nas costas, e faz trilha, atravessa desertos, montanhas, etc.
  6. Poder trocar as lentes: Eu sei que existe toda uma gama de câmeras compactas incríveis, que não trocam lente mas fazem todos os itens acima. Porém, é na capacidade de trocar as suas lentes e variar a distância focal que a criatividade do fotógrafo de paisagem irá voar, portanto pense nessa possibilidade de adquirir uma DLSR ou uma Mirrorless.

Para quem está começando: Canon SL3

Pra quem tá começando, ou fazendo a transição do celular para a câmera, eu recomendo a Canon SL3. É o modelo de entrada mais moderno da marca, sucessor da SL2 e considerada a câmera DSLR mais leve do mundo – característica especialmente útil para quem curte fazer trilha,e  precisa levar o equipamento nas costas.

Com sensor APS-C (cropado) de 24 megapixels, tela articulada e sistema wifi para baixar as fotos direto pro celular, (e comandar a câmera pelo celular, ferramenta útil para fotos de longa exposição) essa é uma câmera que não faz feio, e foi muito bem avaliada em diversos sites e canais no Youtube. ALém disso, ela vem com o ótimo sistema Dual Pixel AF, que revolucionou a focagem em automático nas câmeras Canon. Este sistema está disponível apenas em alguns modelos Canon, entre eles a SL3 foi premiada e recebeu esta atualização. Neste kit, ela vem com a lente 18-55mm, um clássico, que é uma lente boa pra quem tá começando, mas limitada para quem tem interesses maiores. Nada que impeça você comprar outras lentes para usar nela.

Está começando no mundo da fotografia de paisagem e não quer gastar muito inicialmente? Pense na SL3.

Link: https://amzn.to/30Tteap

Para quem está evoluindo: Canon 80D ou Canon 7D Mark II

A Canon é uma marca excelente, trabalho com seus produtos há 20 anos, mas eles tem uma mania de lançar dezenas de modelos, muito próximos uns dos outros em termos de especificações, o que acaba confundindo um pouco os clientes.

Para quem está evoluindo na fotografia de paisagem, e quer sair das câmeras de entrada, eu realmente fico na dúvida entre 2 modelos para indicar, ainda na faixa “sem profissional” da marca, com sensores APS-C: a Canon 80d ou a Canon 7D Mark 2. Coloquei semi-profissional entre aspas, porque nada impede de você trabalhar com estas câmeras. Aliás, quando eu trabalhei com a 7d (primeiro modelo) vendi muitas, mas muitas fotos mesmo. Ainda tenho até hoje fotos best-sellers do meu acervo feitas com a 7D.

A favor da 80D, (link: https://amzn.to/3fVVpcY) mais megapixels, (permite impressões maiores como menos perda de qualidade) a tela articulada ( e touchscreen, algo que TODAS as Canon deveriam ter há anos!) e a conexão wifi nativa, para baixar as fotos rapidamente para o celular. Além disso, é uma câmera menor e mais leve, ideal para quem curte uma trilha, e também mais barata.

Já a 7D MArk 2 (link: https://bit.ly/3gYleur) é a herdeira moral da 7D, uma das câmeras mais robustas já fabricadas pela Canon, a queridinha dos fotojornalistas. Tem mais diparos por segundo (10 fps x 7fps da 80D), é maior, você sente que é um tanquinho de guerra, selada a prova d’água (chuva) – a 80D também é, segundo o fabricante, mas é visível a diferenca de robustez entre elas – tem mais pontos de foco (65 x 45) e slot para 2 cartões. Mas, apesar de seus 20 megapixels x 24 da 80D, é mais cara.

Ambas usam o sensor Digic6 da Canon, e compartilham outras características em comum.
Entre as duas… difícil demais escolher! Mas acho que hoje, iria na 80D, é uma câmera mais moderna. E na fotografia, modernidade significa qualidade.

Para quem quer entrar no universo das Full Frame: Canon 6D Mark II

Quando a 6D foi lançada, seria um modelo mais barato de câmera com sensor full frame, algo como uma “full frame de entrada” . A Canon não tinha nenhuma câmera nessa prateleira, e o barulho foi grande… por muito pouco! A 6D frustrou expectativas, era basicamente uma câmera com sensor full, bem pequena e leve (talvez fosse uma tentativa da Canon de mostrar que não precisaria entrar no mercado Mirrorless) mas com muito menos recursos do que modelos infinitamente mais baratos da marca.

A Canon entendeu o recado dos consumidores e fez avanços significativos no atualização do modelo, a 6D Mark II (link: https://amzn.to/3fPXjfm) , uma full frame de respeito, com 26 megapixels, tela articulada e touchscreen, 6,5 fps, modo Bulb com intervalômetro interno, corpo selado para água e poeira, gps, conexões bluetooth e wifi, 45 pontos cruzados de foco, sistema de focagem Dual pixel, tentre outras características. Agora sim uma câmera full frame de entrada de respeito! Recomendo para quem quer começar no universo full frame, (onde você conseguirá usar as lentes em sua capacidade máxima), mas sem gastar tanto!

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Para quem quer voar no universo das Full Frame: Canon 5D Mark IV

Há anos, a série 5D é a queridinha da Canon, desde que o primeiro modelo veio com capacidade de gravar videos, algo até então inédito nas DSLR. Todas as câmeras desta família sempre receberam melhorias significativas em relação ao modelo anterior, e, apesar de a 5D Mark III ser uma câmera completa, sua sucessora, lançada em 2016, é a mais espetacular da linhagem 5D – acima inclusive das “primas” 5Ds e 5Dsr, com 50 megapixels, câmeras muito robustas, boas para paisagem, mas pouco versáteis.

Com a Canon apontando agora seus holofotes – finalmente – para o universo mirrorless, e de forma agressiva, com o recente lançamento das R5 e R6, é bem provável que a 5D Mark IV (link: https://amzn.to/2E0YE5M) seja a última 5D da história, o que por um lado é bom pois fatalmente vai baratear esta câmera, que é um working horse fenomenal e tem fôlego para durar ainda uns 5 anos fácil.

Sensor Digic 6+, 30 megapixels, controle de vibração do espelho, sistema dual pixel de foco automatico para o live view, tela touchscreen, 61 pontos de foco cross type que viram 45 dual cross type (traduzindo: MUITA PRECISÃO DE FOCO), burst de 7 fotos por segundo, os já tradicionais 2 slots de cartão de memória,  sistema interno de Bulb e intervalômetro.. é um desfile de tecnologia. O sistema Dual Pixel RAW (presente só nesta câmera e na 1dX mark 2) faz 2 fotos RAW em uma só, e permite que depois, através do programa da própria Canon, você ajuste o foco e o desfoque de fundo.

Resumindo: Mesmo com as novíssimas mirrorless da Canon, se você deseja continuar por mais alguns anos dentro do universo DSLR (como eu) essa é a câmera top de linha da Canon para fotografar paisagens, natureza, vida selvagem, etc.

Marcello, e as Mirrorless Canon?

Até 2019, a Canon tinha investido em 2 mirrorless que não agradaram tanto quando foram lançadas: a EOS R e a EOS RP. Não porque são ruins, longe disso, mas a comunidade Canonzeira esperava mais, depois de tantos anos de demora do fabricante em entrar no mundo mirrorless de cabeça e deixar a Sony voar baixo praticamente sozinha neste universo.

Em julho/2020, a Canon finalmente apresentou mundialmente 2 câmeras full frame mirrorless de respeito: A EOS R5 e R6.
A R5, top de linha, vem com incríveis 45 megapixels e todos os recursos que competem uma boa mirrorless (milhares de pontos de foco, até 20 frames por segundo em modo totalmente silencioso, ISO maximo 51.200, etc) mas um preço super salgado, provavelmente por conta do esforço da Canon em surpreender o mercado e colocar nela capacidades de gravação de video de até 8k, C-Log (Raw) sem crop, além de 4k C-Log em 120fps. Nos EUA ela foi lançada a US$3.900 (só o corpo).
Já a R6 ficou com 20 megapixels e recursos de fotografia + – semelhantes à R5, mas sem os 8K de video e preço mais acessível: US$2.500 (só o corpo).  Ambas são seladas contra poeira e água, o que é especialmente interessante para os fotógrafos outdoor.

Pelas especificações e custo-benefício, se eu tivesse que investir em uma dessas hoje, iria na R6, pois não tenho necessidade nenhuma de video em 8k e tenho uma câmera de 50 megapixels, a 5Ds.  Como são câmeras muito novas, com poucos reviews ainda, eu vou esperar para dar um opinião mais embasada. Mas, de qualquer forma, neste momento, caso você queira investir em uma mirrorless, a EOS R é uma câmera testada e aprovada, com 30 megapixels, full frame, 8 fps, iso até 40.000, e seus milhares de pontos de foco.
Link EOS R:https://amzn.to/3394drB 

SOBRE O AUTOR

Marcello Cavalcanti

Fotógrafo outdoor com 20 anos de experiência. Youtuber com o canal Por Trás da Foto, professor de fotografia presencial e online, idealizador dos Cursos Online Fotografia de Paisagem., Filter Masters by K&F Concept, A Caixa Preta do Fineart, e vencedor de prêmios relevantes no cenário da fotografia de paisagem e natureza. Cadastre-se na minha newsletter para ficar sabendo dos novos lançamentos, promoções e dicas de fotografia!