Em mais uma collab com a Canon…
Estive 8 dias com a câmera EOS R6 Mark II, fotografando no Parque Nacional Torres del Paine, no Chile, durante uma das minhas expedições fotográficas com alunos de fotografia.
E QUE CÂMERA!
Apenas para contextualizar, para quem não me acompanha no Instagram ou no Youtube:
• Ainda em 2024, utilizo duas full frame: Uma 5Ds, e uma 5D Mark III (ambas DSLR). Estas câmeras estão comigo há muitos anos (mais de 10) e funcionam perfeitamente para o meu uso, de fotografia de paisagem e natureza.
“Mas porque você ainda não fez a transição para as ótimas Canon Mirrorless, Marcello? “
Simples: Custo. Essas câmeras novas tem seu valor, e as minhas DSLR ainda me servem bem. É claro que eu quero trocar para as mirrorless modernas, mas teria que comprar logo 2 câmeras , e isso tem um custo.
Em 2023 fiz uma collab com a Canon experimentando fotografar vida selvagem no Pantanal com a R100, a câmera de entrada da linha mirrorless. O resultado já foi incrível (tá todo lá no meu Youtube!) e eu percebi que pegar uma full frame mirrorless poderia realmente ser um game changer.
Agora em 2024, surgiu essa oportunidade de fazer uma nova collab, agora sim finalmente com uma câmera que eu consideraria comprar para o meu uso profissional, a R6 Mark II, e o resultado foi de cair o queixo. É importante frisar que eu não usei lentes da linha R nessa collab, apenas a câmera. Para usar as minhas próprias lentes EF com a R6 Mark II, a Canon me enviou junto o adaptador deles, para encaixar lentes EF no corpo RF. As lentes que eu usei nessa experiência com a R6 Mark II foram a Canon EF 16-35 f/2.8 III, a Canon EF 24-70 f/2.8 II e a Canon EF 100-400 f/4-5.6 II.
Vamos fala dessa câmera então!
A R6 Mark II foi lançada em 2022, para substituir a R6 (lançada em 2020, junto com a R5). As melhorias foram muito relevantes, a ponto de eu não considerar comprar uma R6, e considerar fortemente a R6 Mark II. Veja a tabela comparativa abaixo:
Especificações | EOS R6 |
EOS R6 Mark II |
---|---|---|
Lançamento | Jul/20 | Nov/22 |
Preço (no lançamento) | US$2.499 | US$2.499 |
Corpo – Material | Liga de magnésio | Liga de magnésio |
Sensor | Full frame | Full frame |
Tipo de sensor | CMOS | CMOS |
MegaPixels | 20 Mpixels | 24.2 Mpixels |
Resolução máxima | 5472 x 3648 | 6045 x 3946 |
Estabilizador no sensor | IBIS | IBIS |
Processador | Digic X | Digic X |
Range de ISO | 100-102.400 | 100-102.400 |
Nº de pontos de foco | 4897 pontos, e 1053 grupos | 4897 pontos, e 1053 grupos |
Reconhecimento de sujeito | Pessoas, animais, veículos | Automático, Pessoas, animais, veículos (melhorado) |
Velocidades min/max | 30″ a 1/8000 | 30″ a 1/8000 |
Modo burst (frames por segundo) | 12 fps mecânico /20 fps eletrônico | 12 fps mecânico / 40 fps eletrônico |
Video (qualidade máxima) | 4k/ 60p | 4k / 60p |
Cartão de memória | 2 slots SD | 2 slots SD |
Proteção contra água e poeira (selada) | Sim (poeira e pingos) | Sim (poeira e pingos) |
Bateria suporta até | 360 fotos | 360 fotos |
Tipo de bateria | LP-E6NH | LP-E6NH |
Wi-fi | Sim | Sim |
GPS | Não | Não |
Dimensões | 138 x 98 x 88mm | 138 x 98 x 88mm |
Peso (só o corpo) | 680g | 680g |
Marquei em azul as principais melhorias técnicas, mas tem mais novidades nessa câmera que não estão nessa tabela e eu vou explicar aqui.
Aliás, se você ainda está confuso sobre todos os modelos de mirrorless da Canon, tem um artigo meu aqui no blog que explica cada um deles. Leia aqui!
O que eu gostei muito na R6 Mark II:
– Capacidade da bateria
Em 8 dias na patagônia argentina e chilena pude usar a câmera em diversas condições, como neve, vento, frio, sol, à noite, etc. A câmera se comportou igual em todas as condições, e inclusive as baterias duraram muito mais do que eu imaginava (aquela velha questão das baterias da mirrorless…) especialmente quando usei a bateria original LP E6-NH, que tem mais capacidade. A Canon alega q ela dura 360 disparos, mas pode ter certeza que vai muito além.
– Sensor de 24 Megapixels
É mais do que suficiente para impressões em médio e grande formato. Além disso, o iso alto não é tão ruidoso quanto das DSLR, por isso não aparece nas impressões. Duvida? Assim que eu cheguei de viagem, já encomendaram uma foto de 100 x 66cm, e a impressão ficou perfeita!
A propósito, se esse tema de impressões fineart te interessa, e você quer saber mais sobre como imprimir e vender as suas fotos, clique aqui que eu vou te mostrar.
– Recuperação de sombras
Há anos que a recuperação de sombras (áreas escuras da foto) das câmeras Canon não é lá essas coisas, comparada às Nikon e Sony (as Nikon usam sensores Sony). Claro, que recupera sim, mas sempre com um ruído considerável. De certa forma, essa “má” recuperação de sombras ensina muito ao fotógrafo Canonzeiro, a acertar bem a fotometria sempre, para não precisar ajustar tanto a foto depois.
Pois me parece que esse jogo mudou, o no mínimo, empatou.
Nessa viagem, ocorreu uma situação específica. Estávamos fotografando um grupo de periquitos-austral em uma árvore próxima à estrada, a favor da luz (estava bem nublado, uma luz flat ruim). Uma parte do grupo voou para o outro lado da estrada, se posicionando contra a luz, e eu apenas apontei a câmera, sem repensar a fotometria (estava, equivocadamente, no modo manual, quando deveria estar pelo menos no modo Tv). Ao apontar a câmera contra a luz vi na árvore uma coruja, na verdade um caburé, e fiz a foto.
No hotel, analisando as fotos do dia, vi que a foto do caburé tinha ficado totalmente escura, por causa do contraluz. Resolvi experimentar abrir as altas luzes ao máximo no Lightroom, já imaginando que a foto não teria uma recuperação viável – sim, daria pra ver a coruja, mas provavelmente um ruído absurdo estaria escondido ali.. quando a mágica aconteceu. A foto foi recuperada TOTALMENTE, sem qualquer ruído! Cores, detalhes das penas, tudo!
Esse recurso é de um ganho absurdo para fotografia de paisagem e natureza, e muito bem vindo nessa nova geração de câmeras mirrorless Canon. Veja abaixo o antes e depois!
– Destaque de Foco e Guia de Foco
Na fotografia de paisagem usamos muito o foco manual e, com as DSLR, o processo de acertar o foco manual exatamente onde você quer é um pouco trabalhoso – eu já executo bem rápido, por prática, mas confesso que é meio chato, especialmente em situações de baixa luz ou astrofotografia. Na R6 Mark II (assim como todas as câmeras da linha R, é verdade) existem 2 ferramentas eletrônicas que auxiliam o foco manual: o Destaque de Foco e o Guia de Foco.
O Destaque de foco “pinta” digitalmente as extremidades dos elementos que você está fotografando para indicar onde o foco está sendo colocado (claro que essa marcação não sai na foto, ela apenas aparece no EVF e na tela LCD) já indicando onde estará em foco, e onde não estará. Perfeito.
Já o Guia de Foco é ativado quando você coloca a lente no modo manual. Trata-se de um gráfico digital com 3 setas brancas, que se movimentam na tela à medida que você gira o anel de foco manualmente. Quando as 3 setas se juntam, ficam verde, indicando que o foco está cravado. Absolutamente excelente!
Essas ferramentas já são um pouco comuns no mundo mirrorless, mas para quem está fazendo a transição da DSLR para o “novo mundo” das câmeras, é como um portal se abrindo!
Repare na imagem abaixo, ela mostra claramente como funciona visualmente o Guia de Foco. Na mesma imagem é possível ver as montanhas na foto da direita com uma coloração levemente vermelha, diferentemente da imagem da esquerda, onde elas estão fora de foco. Essa coloração vermelha é o Destaque de Foco em ação, “pintando” as montanhas com uma cor chamativa (no menu da câmera você pode escolher a cor de destaque dessa ferramenta) para indicar onde o foco foi feito. Se você quiser fazer o foco mais perto ou em outro local, é só clicar na tela touchscreen e arrastar o ponto de foco para onde quiser.
– EVF
Confesso que eu sempre tive um pouco de preconceito com o EVF, ou seja o Eletronic View Finder, onde colocamos o olho para ver o enquadramento. No início, as mirrorless Sony (pioneiras) tinham um EVF péssimo, que atrasava a imagem, e isso criou um mito que o EVF nunca seria igual a um viewfinder ótico, como das DSLR, onde você realmente vê o que a lente está vendo. Pois posso te garantir, depois de 5, 10 minutos usando o EVF da R6 Mark II, você já nem lembra mais de como era o viewfinder ótico.
– Disparo contínuo de até 40 frames por segundo
Quando essa feature foi anunciada pela Canon todo mundo caiu o queixo. Até então, 25/30 frames por segundo eram a barreira a ser quebrada, e a fabricante japonesa lançou a R3 com seus 40 frames por segundo. Em seguida, ela lançou a R6 Mark II e trouxe para essa câmera os mesmos 40 frames por segundo!! Em uma câmera cerca de 4.000 dólares mais barata do que a R3! Incrível! Com essa velocidade de disparo, é possível praticamente fazer um “filme” em sequência de disparos contínuos, para depois pegar a melhor foto. Ideal para vida selvagem no meu caso. Nesta viagem à Patagônia não vimos nenhuma cena de ação tão corrida para justificar seu uso, mas dei alguns disparos para sentir “a pressão” e o resultado é impressionante. Para as cenas de bichos, acabei ficando com o obturador mecânico ligado, usando seus 12 frames por segundo, o que já foi bem satisfatório. Lembrando que os 40 fps só são atingidos se usados no obturador eletrônico, e com a bateria certa, a LP-E6 NH. Veja abaixo alguns bichos que fotografamos nessa expedição com a R6 Mark II.
– Modo pré-captura
Esta também é outra novidade herdada da irmã mais velha, a R3, e que não tem na R6 (1º versão), apenas na Mark II. Com esse modo ligado, a câmera começa a disparar quando você encosta o dedo no botão para fazer o foco, gerando um filme com frames em RAW, para depois você escolher um desses frames, caso você tenha perdido o início da ação por demora na reação! Não tive a oportunidade de testar essa novidade na Patagônia, pois a viagem era muito mais focada em paisagem do que cenas de ação, mas espero poder testar em breve, quem sabe no Pantanal na minha próxima expedição fotográfica!
– Peso
Uma das vantagens das mirrorless é seu peso um pouco menor do que as DSLR. Para quem fotografa em abiente externo, e está sempre levando seu equipamento na mochila, qualquer grama de diferença conta! Nesse caso, são 670g de peso para a R6 Mark II, contra 930g da 5Ds, ou os 950g da 5D Mark III, minhas câmeras há anos. Ou seja, como eu normalmente levo 2 câmeras nessas expedições, em breve devo sair de 2kg de peso para 1,3kg, quase 1kg a menos para carregar,só trocando as câmeras, sem falar nas lentes. É muita coisa.
– Três seletores dedicados à fotometria
Finalmente! Três seletores dedicados exclusivamente à fotometria: um para o ISO, um para o diafragma, um para a velocidade. A série 5D tem 2 seletores, (diafragma e velocidade) e para mudar o ISO é preciso apertar um botão, enquanto gira o seletor de cima. Já as câmeras de entrada só tem 1 seletor (velocidade) sendo preciso acionar botões extras para ISO e diafragma. Por isso foi com muita alegria que pude usar enfim uma câmera com 3 seletores para os 3 comandos que tanto usamos, especialmente na fotografia de paisagem que fotografamos quase sempre no modo manual. Viva!
É claro que a Canon EOS R6 Mark II tem centenas de outras características incríveis, mas nesse post vou me ater as que me chamaram mais atenção em relação às câmeras que eu já uso. Posso dizer sem medo, que foi a melhor câmera que eu já usei na vida, e é uma forte concorrente a habitar de forma permanente a minha mochila de fotografia ainda esse ano! Vou deixar aqui embaixo uma breve galeria com fotos que eu fiz nessa expedição fotográfica, sempre com a R6 Mark II!
Obrigado mais uma vez Canon pela parceria! AH, inclusive está rolando um cupom de desconto no site da Canon, com o meu nome! Pode usar lá o cupom MCAVALCANTI, que o desconto é de 3% a 30%, dependendo do produto! O site da Canon Brasil é https://loja.canon.com.br/
E aí, ficou alguma dúvida sobre a câmera? Comenta lá comigo no meu instagram @marcellocavalcanti1 !
Abraços,
Marcello
SOBRE O AUTOR
Marcello Cavalcanti
Fotógrafo outdoor com 20 anos de experiência. Youtuber com o canal Por Trás da Foto, professor de fotografia presencial e online, idealizador dos Cursos Online Fotografia de Paisagem., Filter Masters by K&F Concept, A Caixa Preta do Fineart, Lightroom Classic Completo, e vencedor de prêmios relevantes no cenário da fotografia de paisagem e natureza. Cadastre-se na minha newsletter para ficar sabendo dos novos lançamentos, promoções e dicas de fotografia!